Conforme a publicação, o miliciano Ronnie Lessa, que já admitiu ter efetuado os disparos contra a vereadora em março de 2018, mencionou Domingos Brazão como mandante do crime durante um acordo de colaboração premiada celebrado com a Polícia Federal.
O acordo estaria sob a jurisdição do Superior Tribunal de Justiça (STJ), uma vez que envolve acusações contra uma pessoa que ocupa cargo público, conferindo-lhe foro por prerrogativa de função.
Entretanto, Brazão nega qualquer relação com o assassinato de Marielle. Em uma entrevista ao portal Metrópoles, publicada nesta quarta-feira, o conselheiro do TCE do Rio afirmou que nunca conheceu a vereadora, nem Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, o ex-policial que também fez um acordo de delação premiada e admitiu ter participado do crime.
Na entrevista, Brazão sugeriu que Lessa e Queiroz, ambos mencionando seu nome nos depoimentos, poderiam estar se referindo a ele para “proteger alguém”. Além disso, segundo Brazão, a Polícia Federal (PF) pode estar seguindo uma linha de investigação que surpreenderá a todos. Ele afirmou: “A PF está […] me fazendo sangrar”.
Outro protagonista no caso é o atual presidente da Embratur, Marcelo Freixo (PT-RJ), que, em 2018, era colega de bancada de Marielle e sempre foi próximo à vereadora. A reportagem do Intercept Brasil aponta, por exemplo, que a principal motivação para que Brazão supostamente ordenasse a morte da vereadora seria por vingança contra Freixo.
A situação limite teria se desencadeado por uma série de eventos. Por exemplo, Freixo mencionou Brazão na CPI das Milícias em 2008, e também foi crucial para a deflagração da Operação Cadeia Velha em novembro de 2017, pela qual importantes nomes do MDB, como os deputados estaduais Paulo Melo e Jorge Picciani, foram presos. É relevante notar que Brazão faz parte de um grupo político tradicional no Rio de Janeiro.
“Não tenho relação nenhuma com o Freixo, mas acho que ele não me via como inimigo”, disse Brazão na entrevista, citando o fato de que o petista teria sido cordial com ele, quando se encontraram.
“Freixo foi deputado comigo, eu já era deputado quando o Freixo foi deputado. Ele fazia o papel dele no PSOL. Eu disse que o Picciani era mais aliado do Freixo do que meu […] Acho que isso aí não cola. Não posso imaginar que o Freixo caia nessa panela aí”, afirmou Brazão.
Por fim, o conselheiro do TCE falou sobre as implicações do assassinato de Marielle no PSOL, partido do qual a vereadora fazia parte.
“Acredito que eleitoralmente interesse ao PSOL. […] Eu acho que isso, dentro do contexto político, a gente pode fazer uma guerrinha. Ninguém tirou mais proveito da morte da Marielle do que o PSOL. Isso é um fato”, apontou Brazão. “Não é porque o PSOL queria se aproveitar disso. É porque vitimiza e está lá. Não era o PMDB, não era ninguém. Isso é conversa fiada de político que não cola”, indicou o político, sem dar detalhes da acusação política.
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