Dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró (RN), Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça, membros da facção Comando Vermelho (CV) no Acre, operam dentro de uma estrutura de negócio semelhante a uma franquia.
A organização, fundada em 1979 no Rio de Janeiro, é a única concorrente nacional e internacional do Primeiro Comando da Capital (PCC) no mercado de drogas.
As duas organizações possuem estruturas distintas.
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“O Comando Vermelho tem alcance nacional e presença em muitos estados, mas possui uma estrutura diferente do PCC. Enquanto o PCC tem uma hierarquia e uma burocracia interconectada – as ‘sintonias’ – o CV tem lideranças autônomas que compartilham uma cadeia logística sob a mesma bandeira,” explicou o jornalista e pesquisador Bruno Paes Manso, do Núcleo de Estudos de Violência da USP, à CNN.
Manso, autor de diversos livros sobre o crime organizado, incluindo “A Guerra: A Ascensão do PCC e o Mundo do Crime no Brasil,” destaca que os fugitivos de Mossoró foram transferidos para o presídio federal após uma rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco (AC).
No Acre, o Comando Vermelho atua em parceria com a facção local chamada Bonde dos 13, ligada ao PCC.
O líder proeminente do CV ainda é Marcinho VP, cumprindo pena no presídio federal de Catanduvas, Paraná. Wilton Carlos Rabelho Quintanilha, conhecido como Abelha, é apontado como membro do “conselho” da facção, representando-a nas ruas.
Os integrantes do CV mantêm uma rede de networking, compartilhando fornecedores, compradores e redes de transporte. Manso compara PCC e CV ao mercado de refrigerantes, afirmando que cada facção possui sua estrutura, estratégia e rede de networking.
Entre 2017 e 2018, as duas facções se aproximaram para enfrentar as crescentes restrições nos presídios federais. No ano passado, a esposa de um suposto líder do CV no Amazonas, credenciada como presidente da Associação Instituto Liberdade do Amazonas (ILA), revelou uma estratégia de infiltração do crime organizado nos movimentos sociais ligados à causa carcerária.
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