Novos áudios confirmam ligação entre deputada Lucinha e milicianos, diz TV

• A Polícia Federal descobriu uma troca de mensagens entre Lucinha e o miliciano Domício Barbosa de Souza, conhecido como Dom. Em um áudio de setembro de 2021, a deputada pergunta se a milícia é a favor ou contra uma medida da Prefeitura do Rio que propõe alterar o itinerário de vans na zona oeste.

• O transporte alternativo representa um dos negócios mais rentáveis da milícia liderada por Zinho, que atua na zona oeste do Rio. De acordo com a Polícia Federal, Lucinha desempenhava o papel de braço político da milícia, utilizando sua influência em favor da quadrilha.

• A Polícia Federal afirma que Dom era o principal elo da milícia com a deputada Lucinha. Em outra mensagem interceptada pela PF, a parlamentar expressa estar com “saudades”.

• Em dezembro, a Justiça do Rio determinou o afastamento de Lucinha de suas funções, devido à suspeita de conluio com a milícia de Zinho.

• Um relatório da Polícia Federal, obtido pela Globo, afirma que Dom e seu irmão foram assassinados a mando de Zinho no ano passado. Dom atuava como contador da milícia, e Zinho teria ficado incomodado com a falta de transparência na gestão dos recursos.

Envolvimento com a milícia?

A relação suspeita da deputada Lucinha com a maior milícia do Rio está sob investigação desde 2018, conforme documentos obtidos pelo UOL. Naquele ano, Lucinha fez parceria com o então candidato a deputado federal Alex Beraldo, subtenente da Polícia Militar e associado à antiga Liga da Justiça, de acordo com relatório da CPI das Milícias na Alerj.

O nome de Beraldo é acompanhado por órgãos de inteligência, e sua defesa alega que ele nunca fez parte do grupo político da deputada Lucinha, recebendo apenas seu apoio nas eleições de 2018.

Embora as agendas conjuntas de Lucinha e Beraldo fossem inicialmente publicadas nas redes sociais dela, elas foram posteriormente removidas. A suspeita de vínculo com milicianos em ambas as candidaturas levou à abertura de uma investigação pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, no âmbito eleitoral, por possível abuso de poder político e econômico.