A posse de armas nucleares é um dos temas mais sensíveis e controversos da geopolítica contemporânea. Desde a devastação causada pelas bombas atômicas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki em 1945, a comunidade internacional tem buscado um equilíbrio entre deterência e desarmamento nuclear. No entanto, apenas um seleto grupo de países possui essas armas. Este texto tem como objetivo explorar as razões por trás dessa disparidade, enfatizando a perspectiva da direita, que acredita na soberania nacional e na capacidade de autodeterminação dos estados.
Desde o alvorecer da era nuclear, a corrida armamentista foi liderada por um pequeno número de potências mundiais. Estados Unidos e União Soviética, agora Rússia, emergiram como os principais detentores de arsenais nucleares durante a Guerra Fria. Esta dominância se deu em grande parte pela combinação de capacidades tecnológicas avançadas e vastos recursos econômicos. Além desses, países como China, França e Reino Unido também se juntaram ao clube nuclear, fortalecendo suas posições estratégicas no cenário global.
O Papel da Autoridade e da Legitimação Internacional
A primeira e talvez a mais evidente razão pela qual só alguns países têm armas nucleares é o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP), que foi assinado em 1968 e entrou em vigor em 1970. O TNP reconhece cinco estados como “possuidores de armas nucleares”: Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido. Estes são também os membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, dotados de poder de veto, o que lhes confere não apenas capacidade militar, mas também autoridade política internacional.
Dessa maneira, o TNP criou uma distinção clara entre “países nucleares” e “países não nucleares”. Esta divisão é criticada por muitos como uma manutenção da hegemonia das potências estabelecidas. No entanto, sob uma perspectiva mais conservadora, o tratado é visto como uma forma de estabilidade internacional, impedindo que estados com capacidades técnicas reduzidas ou motivações questionáveis adquiram armas de destruição em massa. Permitir que todos os países desenvolvam arsenais nucleares seria um caminho direto para a anarquia internacional e um possível confronto nuclear em escala global.
Soberania e Responsabilidade
Da perspectiva de governos de direita, como conservadores e nacionalistas, a capacidade de um país possuir armas nucleares é uma questão de soberania e de responsabilidade. A lógica é simples: apenas nações que demonstram preparo tecnológico, político e ético devem ter o direito de manter arsenais nucleares. A existência dessas armas em mãos de países instáveis ou de regimes totalitários é vista como uma ameaça direta à paz mundial.
Nações como Irã e Coreia do Norte são frequentemente citadas como exemplos de por que a proliferação nuclear deve ser contida. O comportamento imprevisível e as políticas beligerantes desses regimes levantam questões sobre a sua capacidade de manter e usar armas nucleares de forma responsável. Neste contexto, governos defendem políticas de dissuasão e sanções severas para impedir que esses estados obtenham tal poder destrutivo. A postura é fundamentada na convicção de que um mundo onde qualquer nação pudesse desenvolver ou adquirir armas nucleares seria um mundo muito mais perigoso e instável.
Equilíbrio de Poder Regional e Global
Outro ponto crucial do debate é o equilíbrio de poder tanto nas esferas regionais quanto globais. Países com capacidade nuclear desempenham um papel de dissuasão em suas respectivas regiões. A Índia, por exemplo, desenvolveu seu arsenal nuclear como uma resposta direta ao potencial nuclear do Paquistão e da China. Israel, embora nunca tenha confirmado oficialmente possuir armas nucleares, é reconhecido amplamente pela comunidade internacional como um estado nuclear. Este pequeno mas poderoso arsenal é visto como um trunfo essencial para a sua sobrevivência em uma região turbulenta como o Oriente Médio.
A posse de armas nucleares por esses estados é justificada pela necessidade de proteção nacional e regional. À medida que ameaças regionais aumentam, deter um adversário com um arsenal nuclear é considerado uma forma legítima de defesa. É essa lógica de dissuasão que impede conflitos maiores, mantendo um certo equilíbrio de poder.
No entanto, esse equilíbrio é criticado por aqueles que acreditam que o enriquecimento nuclear apenas fomenta uma corrida armamentista perigosa. Mas, do ponto de vista conservador, desarmamento unilateral não é uma solução viável; ao invés disso, um controle estratégico e regulado, acompanhado de políticas de defesa robustas, é o caminho mais seguro.
A exclusividade na posse de armas nucleares é um resultado de uma combinação de fatores históricos, políticos e tecnológicos. O Tratado de Não-Proliferação Nuclear, a abordagem prudente dos países que pretendem manter a estabilidade mundial, e a necessidade de um equilíbrio de poder nas arenas regionais são elementos que justificam por que apenas alguns países detêm estas armas de destruição em massa.
A capacidade de possuir armas nucleares deve ser tratada como uma questão de soberania nacional e responsabilidade global. Países que demonstram competência tecnológica e ética se veem como guardiães da paz, em contraste com regimes instáveis que poderiam representar um perigo existencial se tivessem acesso a esse tipo de poder destrutivo.
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