No dia 30 de novembro de 2024, Aleppo, a histórica cidade síria, voltou a ser palco de intensa violência e destruição. Forças rebeldes, após meses de combates, retomaram o controle de grande parte da cidade, provocando uma resposta rápida e contundente da Rússia. Os ataques aéreos russos, os primeiros na região desde 2016, reacenderam um conflito que parecia estar adormecido, mas cuja chama nunca se apagou por completo.
A escalada coloca Aleppo novamente no centro das atenções internacionais, com consequências humanitárias devastadoras e implicações geopolíticas que podem redefinir o futuro da Síria e da região.
Avanço rebelde e a resposta russa
O avanço das forças rebeldes em Aleppo marca uma reviravolta inesperada na dinâmica do conflito sírio. Por anos, a cidade esteve sob controle firme do governo de Bashar al-Assad, apoiado por forças russas. No entanto, uma série de vitórias rebeldes nos últimos meses, impulsionadas por alianças locais e suprimentos externos, resultou na captura de bairros estratégicos, desafiando o domínio governamental.
A resposta russa veio rapidamente. Em um comunicado oficial, Moscou afirmou que os ataques aéreos visaram “neutralizar ameaças terroristas” e proteger os interesses sírios. No entanto, relatos locais indicam que áreas densamente povoadas também foram atingidas, resultando em dezenas de mortes civis e danos massivos à infraestrutura. As imagens de prédios desmoronando e ruas cheias de destroços relembram os piores momentos do conflito em Aleppo nos anos anteriores.
Além disso, a presença renovada da Rússia em Aleppo levanta questões sobre o equilíbrio de poder na Síria. O Kremlin, que havia diminuído sua participação direta nos últimos anos, agora enfrenta a necessidade de reafirmar sua posição estratégica em um cenário em que a influência de outros atores regionais, como Turquia e Irã, permanece significativa.
A crise humanitária e os desdobramentos globais
Enquanto os combates se intensificam, a crise humanitária em Aleppo se agrava. Milhares de civis foram forçados a fugir de suas casas em busca de segurança, enquanto aqueles que permanecem enfrentam falta de alimentos, água e serviços básicos. Hospitais sobrecarregados lutam para tratar os feridos, muitos deles crianças, em meio a recursos limitados e ataques constantes.
A comunidade internacional, por sua vez, enfrenta o dilema de como responder a essa nova escalada. Os ataques aéreos russos foram amplamente condenados por organizações de direitos humanos, que pedem um cessar-fogo imediato e a abertura de corredores humanitários. No entanto, o Conselho de Segurança da ONU continua dividido, com potências ocidentais e Rússia trocando acusações sobre responsabilidades no conflito.
O ressurgimento da violência em Aleppo também destaca a fragilidade dos esforços de reconstrução e pacificação na Síria. Apesar de anos de negociações e investimentos internacionais, a realidade no terreno mostra que a paz ainda está distante. O retorno de ataques aéreos em larga escala pode sinalizar uma nova fase do conflito, com consequências imprevisíveis para o Oriente Médio.
Aleppo, uma cidade que já foi símbolo de cultura e prosperidade, permanece presa em um ciclo de destruição. Para seus habitantes, o avanço rebelde e os ataques russos representam mais do que uma disputa geopolítica — são uma luta diária pela sobrevivência em meio ao caos. A pergunta que persiste é: até quando Aleppo suportará ser o epicentro de um conflito que parece não ter fim?
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