O ano de 2022 foi difícil para a Rússia. O rublo entrou em colapso, e as gigantes Gazprom e Sberbank, em Londres, viram suas avaliações despencarem 97%.
Caixas eletrônicos em Moscou testemunharam longas filas, enquanto oligarcas ocidentais perdiam seus bens, de iates a times de futebol, em decorrência dos embargos econômicos. A Rússia mergulhou em uma recessão de grandes proporções.
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Esse desfecho foi o resultado imediato da ofensiva ocidental para conter financeiramente a Rússia após a invasão da Ucrânia, através de medidas econômicas restritivas.
Dentre as ações mais impactantes, destacou-se o confisco dos ativos oficiais em moeda estrangeira do Estado russo e o congelamento sem precedentes das reservas do banco central, totalizando US$ 300 bilhões.
Os governos ocidentais evitaram rotular esse embate como “guerra econômica”, mas sem dúvida, uma batalha financeira contra o Kremlin estava em curso. Essa abordagem surgia como uma alternativa mais palatável do que um conflito direto entre Estados nucleares.
Quase dois anos se passaram, e uma transformação significativa acontece no cenário econômico.
Na última semana, o Fundo Monetário Internacional (FMI) ressaltou a robustez da economia russa ao revisar sua projeção de crescimento para este ano de 1,1% para 2,6%.
Não se trata apenas de dados estatísticos.
O impasse na Ucrânia, juntamente com a perspectiva crescente de um conflito prolongado, recebe suporte da remobilização da economia russa para esforços militares, notadamente na construção de frentes defensivas no leste e sul da Ucrânia.
Será possível que esse crescimento se mantenha?
Líderes ocidentais argumentam que esse modelo é insustentável a médio prazo. Contudo, a questão persiste: por quanto tempo ele pode perdurar?
A Rússia se metamorfoseou em uma economia de guerra mobilizada, destinando quantias recordes na era pós-União Soviética.
Os gastos militares e de segurança, representando até 40% do orçamento, atingiram níveis não vistos desde o final da URSS. Áreas como serviços públicos foram reduzidas para compensar o financiamento destinado à produção de tanques, sistemas de mísseis e defesas na Ucrânia ocupada.
Mesmo diante dos embargos ocidentais ao petróleo e gás russos, os fluxos de receitas dos hidrocarbonetos continuaram a encher os cofres do Estado russo. Petroleiros russos agora seguem para a Índia e China, com a maioria dos pagamentos realizada em yuan chinês, desvinculando-se do dólar americano.
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