Um iraniano que se converteu ao cristianismo foi recentemente libertado da prisão após passar mais de quatro meses detido pelo regime do Irã, acusado de fazer parte de “grupos cristãos sionistas”. Esmaeil Narimanpour, anteriormente muçulmano, foi solto depois de pagar uma fiança de aproximadamente dez mil dólares (cerca de R$ 51 mil). Contudo, durante sua detenção na prisão de Shiban, ele foi obrigado a passar por um processo de “reeducação religiosa”, projetado para forçá-lo a “retornar ao islamismo”, segundo a ONG Portas Abertas, que acompanha a perseguição de cristãos no mundo.
“Reeducação Religiosa” e Abusos na Prisão de Shiban
De acordo com a ONG, agentes da Inteligência iraniana invadiram a casa de Narimanpour sem um mandado no dia em que ele foi preso, confiscando livros religiosos e outros itens pessoais. As acusações contra ele estavam relacionadas à suposta participação em “grupos cristãos sionistas”, o que, segundo o regime iraniano, ameaçava a segurança nacional. Na prisão de Shiban, onde esteve detido, Narimanpour foi submetido a sessões de “reeducação religiosa”, que visavam pressioná-lo a renunciar sua fé cristã e retornar ao islamismo.
A situação agravou-se quando a esposa e o irmão de Narimanpour tentaram obter informações sobre seu paradeiro e condição. Ambos foram detidos e submetidos a longos interrogatórios pela Inteligência iraniana, prática comum no Irã para intimidar familiares de convertidos ao cristianismo.
Segundo a Portas Abertas, o Irã ocupa a 8ª posição na Lista Mundial de Perseguição, sendo um dos países mais repressivos para os adeptos do cristianismo. A conversão de muçulmanos ao cristianismo é considerada crime no país e pode resultar em prisão, multas pesadas e “reeducação religiosa”, como foi o caso de Esmaeil Narimanpour.
Perseguição Sistemática e Violações de Direitos Humanos
O caso de Narimanpour não é isolado. A perseguição religiosa no Irã é parte de uma política sistemática do regime para suprimir minorias religiosas, especialmente cristãos convertidos do islamismo. Organizações de direitos humanos documentam uma série de violações, que incluem:
- Prisão Arbitrária: Cristãos convertidos são frequentemente presos sem mandado e detidos por longos períodos sem julgamento.
- Reeducação Religiosa Forçada: Convertidos são obrigados a participar de programas de “reeducação”, onde são submetidos a pressão psicológica e tortura para renunciar sua fé.
- Confisco de Bens: Livros religiosos, propriedades e outros pertences são confiscados para intimidar os convertidos e suas famílias.
- Interrogatórios e Tortura: Famílias de convertidos são frequentemente submetidas a interrogatórios e tortura para fornecer informações ou pressionar os detidos a voltar ao islamismo.
O regime iraniano justifica essas ações com base na Lei Islâmica (Sharia), alegando que os convertidos ao cristianismo são “infiéis” e, portanto, uma ameaça ao Estado. No entanto, a comunidade internacional vê essas práticas como violações flagrantes dos direitos humanos e da liberdade religiosa.
Crescimento do Cristianismo e Desafios ao Regime
Apesar da repressão sistemática, o cristianismo está crescendo no Irã, especialmente entre jovens e mulheres. Grupos cristãos subterrâneos têm se proliferado em cidades grandes e pequenas, desafiando a autoridade do regime. A resposta do governo tem sido intensificar a repressão, com a criação de unidades especiais para monitorar atividades religiosas.
A comunidade internacional deve continuar pressionando o governo iraniano a respeitar os direitos humanos e a liberdade religiosa, exigindo a libertação de todos os cristãos presos injustamente e o fim dos programas de “reeducação religiosa”. Enquanto isso, grupos como a Portas Abertas e outros defensores de direitos humanos continuarão a documentar casos como o de Esmaeil Narimanpour, garantindo que a voz dos cristãos perseguidos seja ouvida.
A opressão religiosa no Irã é uma violação dos princípios universais de liberdade e dignidade humana, e deve ser denunciada com firmeza por todos os que prezam por esses valores. A história de Narimanpour é um lembrete sombrio do desafio contínuo que os cristãos enfrentam no país, mas também uma inspiração para que não desistam de sua fé, mesmo diante da mais severa perseguição.
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