O presidente argentino Javier Milei, com sua abordagem radical de economia, tem se destacado como uma figura de transformação no cenário econômico da Argentina, e seu governo pode servir de alerta para o Brasil, especialmente no que diz respeito ao risco de colapso fiscal.
A Terapia de Choque de Milei
Em 2024, ao completar um ano de mandato, Milei implementou uma série de medidas austeras para controlar a crise fiscal herdada. A principal ação foi um corte de 30% nos gastos públicos, com demissões em massa e a eliminação de ministérios, visando enxugar o Estado. Essas decisões resultaram em um superávit primário, algo inédito desde 2008, e ajudaram a reduzir a inflação mensal de 12,8% para 2,4%.
Apesar de tais avanços, os efeitos colaterais da “terapia de choque” foram pesados. A economia entrou em recessão, com a pobreza alcançando 52,9% da população e um aumento significativo do desemprego. O consumo caiu mais de 20% em um ano, e a previsão do Banco Mundial indicava uma retração do PIB de 3,5% em 2024.
A Luta Contra a Crise Fiscal e o FMI
Mesmo com o cenário desolador, Milei se manteve otimista. A recessão começou a mostrar sinais de arrefecimento, e a recuperação do emprego formal foi sinalizada. O governo também assinou um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para um programa de ajuda de 40 bilhões de dólares, o que contribuiu para a estabilização da economia. Além disso, Milei se comprometeu a privatizar empresas estatais e a eliminar o controle cambial, passos que visam abrir a economia argentina para o mercado internacional.
A popularidade de Milei, apesar das críticas à sua gestão, permanece acima de 50%. Sua retórica agressiva, que inclui declarações como “O Estado é o inimigo e os impostos são roubo”, continua a atrair tanto apoio quanto resistência. Além disso, suas críticas à imprensa e a demissão de jornalistas que o questionam refletem a tensão crescente entre seu governo e os meios de comunicação.
O Alerta para o Brasil
A abordagem de Milei oferece lições valiosas para o Brasil, que enfrenta uma situação fiscal delicada. Embora o governo brasileiro ainda não tenha implementado medidas tão drásticas quanto as de Milei, os riscos de uma crise fiscal mais profunda são reais, especialmente diante do crescimento descontrolado da dívida pública e da falta de reformas significativas.
O que o Brasil pode aprender com a experiência argentina é que a redução de gastos e a busca por um superávit primário são essenciais para evitar o colapso fiscal, mas também é crucial que essas medidas sejam balanceadas para não agravar ainda mais a pobreza e o desemprego. Além disso, o Brasil pode seguir o exemplo de Milei ao buscar acordos internacionais para aliviar a carga da dívida e fortalecer sua economia.
Embora o modelo de Milei tenha gerado controvérsias, ele também tem mostrado que, em momentos de crise fiscal, é necessário tomar decisões difíceis para evitar o colapso. O Brasil, portanto, deve estar atento ao caminho de austeridade e buscar alternativas para a construção de uma economia mais equilibrada, sem os erros cometidos por governos passados.
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