O gabinete presidencial de Taiwan conduziu pela primeira vez um exercício de simulação para preparar-se contra uma escalada militar com a China, sinalizando a crescente preocupação com as ameaças da potência vizinha. A ação, que envolveu dezenas de agências governamentais e grupos civis, ocorreu nesta quinta-feira (26) em Taipé.
Detalhes do Exercício
Liderado pelo vice-presidente Hsiao Bi-khim e pelo secretário-geral do Conselho de Segurança Nacional, Joseph Wu, o exercício simulou cenários de guerra de alta intensidade e situações em que Taiwan estaria “à beira do conflito”.
O objetivo foi testar a prontidão das instituições governamentais e da sociedade civil para responder a uma possível invasão chinesa. O presidente Lai Ching-te destacou que a ilha está “correndo contra o tempo” para fortalecer sua capacidade de resposta e dissuasão.
Contexto das Ameaças Chinesas
Nos últimos anos, a China intensificou as pressões militares sobre Taiwan, incluindo:
- Concentração de Forças Navais: Neste mês, a China aumentou significativamente a presença naval ao redor da ilha.
- Exercícios Militares Regulares: Em 2024, Pequim realizou grandes manobras militares chamadas “Espada Conjunta – 2024A” e “2024B”, com o objetivo declarado de pressionar Taiwan.
- Zona Cinzenta: A China tem explorado táticas não convencionais, como incursões aéreas e marítimas frequentes, para desgastar as defesas de Taiwan.
A China considera Taiwan parte de seu território e insiste que a ilha deve ser reunificada, por meios pacíficos ou militares, se necessário.
Resposta Internacional
Os Estados Unidos, principal aliado de Taiwan, continuam a apoiar a ilha com pacotes de assistência militar. Em outubro de 2024, o presidente Joe Biden aprovou um auxílio de US$ 571 milhões para reforçar as defesas de Taiwan.
Por outro lado, Pequim alerta que Taiwan é um “limite que não deve ser ultrapassado” nas relações EUA-China, intensificando a retórica contra qualquer intervenção externa.
A simulação realizada em Taiwan reflete a gravidade das tensões na região, com o governo local se preparando para cenários de conflito direto. A ação destaca a importância estratégica da ilha na dinâmica de poder do Indo-Pacífico, enquanto a escalada entre as duas maiores economias do mundo — EUA e China — torna o equilíbrio geopolítico ainda mais delicado.
Esse exercício marca um passo significativo na estratégia de dissuasão de Taiwan, mas também evidencia o risco de um conflito potencial em uma das áreas mais sensíveis do globo.
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