Os Estados Unidos recuperaram partes importantes de mísseis feitos no Irã durante uma missão próxima à Somália no dia 11. A operação visava interromper o fornecimento de armas para militantes no Iêmen, mas resultou no desaparecimento de dois Militares Americanos, membros dos SEALs (uma tropa de elite da Marinha), conforme informaram autoridades de defesa.
Atualmente, está em andamento uma extensa operação de busca e resgate no Mar da Arábia, onde o incidente ocorreu. Os Militares Americanos SEALs, famosos por eliminar Osama Bin Laden em 2011, se aproximaram da embarcação, descrita como um dhow (um veleiro simples) sem identificação adequada, devido às suspeitas de que transportava armas.
Como noticiado pelo The Washington Post e outros meios de comunicação, a operação ocorreu durante a noite e contou com o apoio de helicópteros e drones, em meio a um mar agitado. Durante a tentativa de subir a bordo do dhow, um dos SEALs escorregou de uma escada, levando o segundo a mergulhar para ajudar após ver seu companheiro cair na água, de acordo com informações das autoridades. Ambos foram arrastados por ondas fortes, e suas identidades não foram reveladas publicamente.
Quando as operações de resgate começaram, outras tropas realizaram uma busca no barco, que tinha uma tripulação de 14 pessoas, conforme informou o Comando Central dos EUA em uma declaração na terça-feira. Todos foram detidos, e o dhow foi considerado “inseguro” e afundado, de acordo com a mesma declaração.
Os itens apreendidos incluíam partes essenciais de mísseis balísticos e de cruzeiro fabricados no Irã, sistemas de propulsão e orientação, além de componentes de defesa aérea. Uma “análise inicial” indica que essas armas são semelhantes às usadas pelos houthis para atacar navios no Mar Vermelho, conforme afirmado na declaração. A acusação é de violação da lei internacional e de uma resolução da ONU, envolvendo o Irã e outros.
A origem exata da embarcação e a identidade da tripulação ainda não são conhecidas. A declaração afirma que a disposição dos 14 membros da tripulação do dhow está sendo determinada de acordo com a lei internacional. A operação representa a primeira apreensão pela Marinha dos EUA de partes essenciais de mísseis balísticos avançados de fabricação iraniana desde 2019, conforme destacado no comunicado. Esses detalhes foram inicialmente relatados pela Associated Press.
Esse evento destaca um desafio persistente enfrentado pelo governo de Joe Biden e seus parceiros globais, pois buscam responsabilizar os Houthis do Iêmen – e o principal apoiador deles, o Irã – pelos frequentes ataques que têm impactado negativamente o transporte comercial na região. Recentemente, as forças dos EUA e britânicas atacaram muitos alvos houthis no Iêmen, na esperança de dissuadir futuros ataques. No entanto, o Pentágono admitiu que o grupo provavelmente continuará representando uma ameaça.
Os Houthis afirmam que seus atos são um protesto contra a campanha militar de Israel em Gaza. Embora o governo Biden não tenha descartado a possibilidade de ação militar futura no Iêmen, tem agido com precaução, preocupado que uma resposta excessiva possa desencadear violência generalizada no Oriente Médio.
As forças dos EUA na região relataram que um navio de transporte de contêineres de propriedade americana foi atingido por um míssil balístico em uma suposta provocação dos houthis. Felizmente, o navio não sofreu “danos significativos”, e a tripulação não teve ferimentos, conforme informado em um comunicado. Um míssil lançado do Iêmen no início do dia caiu antes de atingir a costa.
Autoridades dos EUA responsabilizam Teerã por ter “ajudado e instigado” a crise, que impactou principalmente as embarcações comerciais que passam pelo Mar Vermelho. Segundo as autoridades, os houthis não teriam capacidade para ameaçar essas rotas marítimas sem o suporte tecnológico e de inteligência do Irã.
Os SEALs iniciaram sua missão a partir do USS Lewis B. Puller, que atua como uma base flutuante, dirigindo-se ao dhow em uma embarcação menor, conforme relatado por uma autoridade dos EUA. A tripulação do dhow não possuía documentação oficial, o que possibilitou que a equipe de abordagem dos EUA revistasse a embarcação. A fonte, que pediu anonimato ao discutir uma missão militar sensível, forneceu essas informações.
A interdição de embarcações suspeitas ou adversárias, conhecida como visita, abordagem, busca e apreensão, ou VBSS, representa uma das missões mais desafiadoras e perigosas realizadas por Militares Americanos altamente treinados. Essas operações geralmente envolvem a aproximação da embarcação suspeita em barcos menores e o uso de escadas e ferramentas de escalada para subir a bordo, sendo complicado por ondas violentas e tripulantes hostis. As forças dos EUA colaboram regularmente com as forças armadas de outras nações para combater a pirataria e o contrabando de armas na região.
Apesar de já terem se passado vários dias desde o desaparecimento dos Militares Americanos, o Pentágono mantém a esperança de encontrá-los com vida. As autoridades destacam que as águas do golfo são quentes, indicando que as principais preocupações são as fortes ondas e a exaustão, mais do que a hipotermia.
O general Michael Erik Kurilla, líder do Comando Central, declarou: “Estamos realizando uma busca intensiva por nossos colegas desaparecidos”, conforme mencionado no comunicado.
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