Operação do BOPE é marcada por táticas audaciosas do crime organizado
Na tarde desta quarta-feira (16), uma operação do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) na comunidade da Tijuquinha, situada na Zona Oeste do Rio, foi marcada por uma ousada ação de criminosos que sequestraram nove ônibus e os utilizaram como barricadas na Estrada do Itanhangá. Este ato revela a crescente audácia dos grupos criminários na região e a necessidade urgente de uma resposta firme por parte das autoridades de segurança pública.
Conforme informações divulgadas pelo sindicato das viações que operam na capital fluminense, os bandidos abordaram os passageiros nos coletivos, obrigando-os a desembarcar antes de atravessarem os ônibus na trajetória da via. Essa manobra não apenas demonstrou a influência dos criminosos nas comunidades, mas também foi uma estratégia para dificultar o avanço das forças policiais. A tenente coronel Cláudia Moraes, porta-voz da Polícia Militar, afirmou que essa tática visa criar uma “cortina de fumaça”, provocando caos e desordem, colocando em risco a segurança de pessoas inocentes.
O impacto na mobilidade e no cotidiano dos cidadãos
A interdição da Estrada do Itanhangá nos dois sentidos resultou em um extenso congestionamento na região, obrigando muitos ônibus a manobrarem para escapar do local. Imagens obtidas pelo Globocop mostraram a confusão instaurada, enquanto a população enfrentava um dia de trabalho com grandes transtornos no transporte público. A Rio Ônibus informou que várias linhas de coletivos que operam nas proximidades tiveram seus itinerários modificados em decorrência da situação caótica.
Ainda segundo a Polícia Civil, o crime organizado no Rio de Janeiro estabelece um sistema rigoroso de controle em comunidades, onde os chamados “gerentes de barricadas” coordenam ações para criar bloqueios e dificultar a ação da polícia. Essas práticas não são novas, mas a utilização sistemática de ônibus e caminhões como barreiras revela uma escalada na ousadia dos criminosos, especialmente considerando que nos últimos 12 meses, mais de 130 veículos foram empregados como obstáculos em ações semelhantes em diferentes comunidades cariocas.
O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Santos, destacou que, felizmente, não houve feridos ou confronto durante esta operação. Contudo, a presença das forças de segurança tem se tornado cada vez mais imprescindível, diante do crescimento incessante da violência e de táticas de intimidação por parte de facções criminosas.
Um cenário de violência e resistência
Este recente episódio não é isolado; em agosto do ano passado, um ataque similar foi registrado no Complexo de Israel, na Zona Norte, onde criminosos utilizaram ônibus e caminhões como barreiras. O aumento do número de coletivos incendiados também traz à tona a natureza das operações do crime organizado. Somente entre agosto do ano passado e agosto deste ano, 29 ônibus foram queimados, evidenciando uma estratégia violenta que visa não só interromper as ações policiais, mas também semear o medo nas comunidades que se encontram à mercê da criminalidade.
A sociedade civil e grupos de apoio à segurança pública têm se manifestado em busca de uma resposta efetiva do governo e um fortalecimento das ações de combate ao crime. É fundamental que as autoridades desenvolvam estratégias inovadoras e coordenadas, que assegurem uma convivência pacífica e segura nas comunidades cariocas, retomando assim o controle das ruas e garantindo a proteção do cidadão.
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