Na última terça-feira, 1º de outubro de 2024, a Polícia Federal (PF) e a Receita Federal iniciaram a operação iFraud, atacando um esquema fraudulento que envolvia a importação e o comércio irregular de smartphones. O alvo principal é um influenciador digital que possui mais de 900 mil seguidores. Ele se autodenomina especialista na importação de produtos dos Estados Unidos, prometendo aos seus “alunos” a possibilidade de adquirir smartphones sem o pagamento, total ou parcial, dos tributos devidos. Essa prática, segundo as autoridades, resultou em um prejuízo estimado de R$ 50 milhões aos cofres públicos.
Atividades e Alcance do Influenciador
Os agentes da força-tarefa buscaram evidências em oito locais distribuídos nas cidades de São Paulo, Sorocaba, Arujá, Itu, Guarulhos, Barueri e Maceió. A operação visa identificar outros possíveis integrantes do esquema ilícito, reunir provas sobre as fraudes cometidas e investigar indícios de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. A Receita Federal classificou as ações do influenciador como crimes de descaminho e falsidade ideológica, alertando para as possíveis consequências legais.
Com um impacto significativo nas redes sociais, esse influenciador contava com aproximadamente 650 mil seguidores no Instagram e 250 mil no YouTube. Ele direcionava seus alunos para realizar transações com “sites parceiros” e “compra assistida” localizados no exterior, prometendo uma economia substancial nos tributos. No entanto, diversos consumidores que seguiram suas orientações acabaram enfrentando a apreensão de seus produtos pela Receita Federal e inundando os portais de defesa do consumidor com reclamações.
Além disso, o investigado ostentava uma vida de luxo nas redes sociais, exibindo carros e mansões, enquanto seus seguidores enfrentavam consequências diretas de suas recomendações. As autoridades afirmam que ele também fornecia smartphones importados de maneira fraudulenta, diretamente para os interessados, mantendo uma rede de cúmplices responsáveis pela importação ilícita e pela distribuição dos dispositivos.
O Mecanismo do Crime e os Impactos Econômicos
A quadrilha também tinha uma estratégia que oferecia uma suposta alternatividade aos clientes: realizar a compra do produto nos Estados Unidos e providenciar a remessa ao Brasil com nota fiscal, mas sem a taxa alfandegária. Outra possibilidade era realizar a retirada dos smartphones no Paraguai. Durante as investigações, a Receita interceptou duas remessas internas de celulares importados irregularmente.
De acordo com os dados coletados pela Polícia Federal, a distribuidora desses produtos, que atuava fora da lei, movimentou cerca de R$ 45 milhões durante 2023 e adquiriu R$ 1,8 milhão em criptoativos de maneira fracamente monitorada. Nos primeiros 100 dias de 2024, a empresa já havia comercializado mais de 3 mil smartphones, totalizando um valor superior a R$ 14 milhões, tudo sem qualquer documentação fiscal comprobatória.
A operação iFraud não apenas expõe os danos causados por esse esquema fraudulento, mas também sinaliza um esforço renovado das autoridades em coibir e penalizar práticas ilícitas que prejudicam o desenvolvimento justo do comércio e a arrecadação de tributos. As investigações continuam, e espera-se que mais envolvidos na atividade criminosa sejam responsabilizados, reforçando a posição das autoridades em defesa da legalidade e proteção aos direitos dos consumidores.
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