O PCC tem sua “própria língua”? O setor de inteligência da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo adota uma abordagem singular no enfrentamento do Primeiro Comando da Capital (PCC), utilizando um “dicionário do PCC” para decifrar diálogos entre os membros da facção. Não se trata apenas das gírias comuns já conhecidas do público, mas sim de palavras específicas usadas com o propósito de confundir a interpretação da polícia ao interceptar as mensagens.
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Um profissional da pasta destaca um exemplo em que interceptaram uma mensagem que aparentemente mencionava a busca por uma “BMW em Santo André”. No entanto, a “BMW” na realidade se referia a drogas, e “Santo André” não guardava relação com o município, constituindo uma estratégia de codificação. O dicionário do PCC, assim, reúne dezenas de termos que são armazenados em um sistema informatizado. Esse sistema tem a capacidade de, muitas vezes, decifrar o quebra-cabeça, direcionando a interpretação correta das mensagens interceptadas.
O combate ao crime organizado, especialmente ao PCC, é tratado como uma prioridade tanto pelo governo de São Paulo quanto pela Polícia Federal. Um foco específico tem sido colocado na desmonetização das facções como parte das estratégias para asfixiar suas atividades ilícitas.
A HISTÓRIA DO PCC
O Primeiro Comando da Capital (PCC) é uma facção criminosa originária do sistema prisional brasileiro. Sua história remonta ao início da década de 1990, quando foi fundado por um grupo de detentos na extinta Casa de Detenção de São Paulo, conhecida como Carandiru. O PCC surgiu em resposta às péssimas condições carcerárias, violência e abusos sofridos pelos presos.
Fundação (1993): O PCC foi fundado em 31 de agosto de 1993, durante uma rebelião no Carandiru. Seu surgimento foi uma resposta à brutalidade e às condições desumanas enfrentadas pelos detentos na prisão.
Primeiras Ações (1990s): Inicialmente, o PCC focava em reivindicações voltadas para melhorias nas condições prisionais. No entanto, ao longo do tempo, a facção expandiu suas atividades para o mundo exterior das prisões.
Expansão para Além dos Presídios (2000s): A partir do final da década de 1990 e início dos anos 2000, o PCC começou a se expandir para além dos limites do sistema prisional. Sua influência e atividades criminosas se estenderam para as ruas, envolvendo tráfico de drogas, assaltos, sequestros e outros crimes.
Onda de Ataques (2006): Em maio de 2006, o PCC orquestrou uma série de ataques coordenados em São Paulo como resposta à transferência de líderes da facção para presídios de segurança máxima. Esses ataques resultaram em uma onda de violência, confrontos com as forças de segurança e a paralisação da cidade.
Atuação Nacional (2010s em diante): Nas décadas seguintes, o PCC consolidou sua presença em vários estados brasileiros. A facção tornou-se uma das principais organizações criminosas do país, competindo pelo domínio do tráfico de drogas e outras atividades ilícitas.
Enfrentamento com Outras Facções: O PCC também esteve envolvido em conflitos com outras facções, como o Comando Vermelho (CV), em disputas territoriais e de poder no mundo do crime organizado.
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