A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, deu declarações contundentes ao afirmar que a tão falada tentativa de golpe de Estado no Brasil não se concretizou devido à falta de coragem do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em uma entrevista concedida à CNN, Hoffmann destacou que Bolsonaro, após as eleições de 2022, optou por deixar o país, alegando que sua saída se deu por medo e covardia em face da situação política delicada.
“Não se concretizou o golpe porque Bolsonaro é um covarde, um medroso, não teve coragem de ir até o final. Na minha visão, ele resolveu ir embora para ver de fora a tentativa de golpe e o 8 de janeiro”, disse a presidente do PT, referindo-se aos eventos de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes extremistas invadiram e depredaram prédios públicos em Brasília.
A Necessidade de Rigor nas Penalizações
Em sua fala, Hoffmann enfatizou que a maneira de “pacificar o país” deve ser a punição rigorosa de todos os envolvidos nas ações de janeiro passado. Ela não apenas se manifestou sobre o papel de Bolsonaro, mas também direcionou críticas à proposta de anistia para os envolvidos nas manifestações, reafirmando a posição do partido contrária à instalação de uma comissão na Câmara para discutir o Projeto de Lei que prevê essa anistia.
“Sempre deixamos claro ao deputado Hugo Motta (Republicanos) que não temos acordo com o PL da anistia. Seria muito ruim para o parlamento brasileiro continuar com o debate sobre isso”, afirmou. A deputada também compartilhou que o PT protocolou um requerimento para que o projeto fosse arquivado, insistindo que a justiça deveria ser quem conduziria os processos relacionados a esses crimes.
Desdobramentos da Operação da Polícia Federal
As declarações de Hoffmann ocorrem em um contexto de intensas investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF). Em uma operação realizada em 19 de novembro, a PF mirou suspeitos de fazer parte de uma organização criminosa que, segundo as investigações, teria traçado planos para um golpe de Estado com o intuito de impedir a posse do governo eleito nas últimas eleições. A investigação culminou no indiciamento de Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa, general Braga Netto, e outras 34 pessoas, incluindo membros próximos ao ex-presidente.
A PF argumenta que há elementos suficientes que indicam a participação dos citados em uma trama para deslegitimar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As investigações envolvem acusações graves, que vão desde a tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito até organização criminosa.
Assim, a posição de liderança de Gleisi Hoffmann dentro do PT reflete uma tentativa clara não só de justificar a severidade da resposta do governo às tentativas de subversão democrática, mas também de marcar uma linha clara entre aqueles que, segundo o partido, abrigam ideais antidemocráticos e os esforços legítimos para manter a ordem no país. A resposta ao que descreve como um “golpe” deverá, segundo Hoffmann, vir na forma de penalizações rigorosas e um compromisso inabalável com a defesa da democracia no Brasil.
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