A escalada da violência protagonizada por facções criminosas no Rio de Janeiro desafia a ordem pública e expande suas operações para além dos limites das comunidades. Nos bairros da Penha, Brás de Pina e Cordovil, criminosos armados não apenas dominam territórios, mas avançam para o asfalto, explorando atividades ilícitas como a venda clandestina de internet e monitorando moradores com câmeras de vigilância.
Crescimento das operações criminosas
O domínio das facções Comando Vermelho (CV) e Terceiro Comando Puro (TCP) transformou a Zona Norte em uma zona de guerra. Barricadas se espalham em torno de favelas como Vila Cruzeiro e Morro do Quitungo, onde o CV estabelece seu comando. Na área da Praça do Country, o TCP exerce controle rigoroso, impondo sua própria “administração”.
Relatos de moradores confirmam a presença ostensiva de traficantes armados circulando livremente durante o dia. Em um ambiente onde tiros são ouvidos constantemente, a sensação de segurança se torna inexistente. Além disso, a imposição de serviços de internet fornecidos por grupos criminosos reforça o poder dessas organizações, que intimidam prestadores de serviço legítimos a abandonarem a área.
Um residente local, sob anonimato, revelou que técnicos de empresas formais foram impedidos de operar. A substituição ocorreu rapidamente por provedores clandestinos vinculados ao tráfico. “É assustador o que vivemos. Somos reféns dessa situação”, afirmou o morador.
Respostas tímidas e impacto na população
As operações policiais, como a realizada no Complexo da Penha, têm enfrentado críticas por sua eficácia limitada. Na ação mais recente, registrada nesta terça-feira, um vídeo da inteligência da Polícia Civil expôs cerca de 30 criminosos armados fugindo pela Serra da Misericórdia, um trajeto já conhecido pelas autoridades. Apesar disso, o secretário estadual de Segurança, Victor Santos, ressaltou que o objetivo principal era coletar provas mais sólidas, não realizar prisões.
Enquanto a polícia mantém silêncio sobre a situação no entorno dos complexos, moradores continuam enfrentando um cotidiano de medo e coerção. Muitos relatam pagamentos obrigatórios aos traficantes e restrições crescentes à mobilidade em seus próprios bairros.
A expansão das facções para além das favelas reflete um desafio maior às políticas de segurança pública. Embora o governo estadual tenha promovido iniciativas como o uso de câmeras corporais para monitorar a atuação policial, os índices de violência permanecem alarmantes.
A expansão das facções no Rio de Janeiro evidencia não apenas o fracasso das políticas de segurança, mas também a falta de controle territorial do estado. Com a população encurralada entre a violência e a ineficácia das ações governamentais, o asfalto e as comunidades tornam-se um cenário contínuo de violação dos direitos básicos.
A sociedade precisa cobrar respostas mais eficazes e rápidas das autoridades. Medidas imediatas, como operações coordenadas e o combate à economia paralela fomentada pelos criminosos, são essenciais para devolver a liberdade aos moradores e restaurar a ordem pública.
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