A Corregedoria da Polícia Militar afastou 12 policiais envolvidos em uma abordagem violenta registrada em Barueri, na Grande São Paulo. O episódio, que ocorreu na noite de quarta-feira (4), foi amplamente divulgado por imagens captadas por testemunhas, revelando cenas de agressão contra uma idosa de 63 anos e seu filho.
O caso está sendo investigado tanto pelo Inquérito Policial Militar (IPM) quanto pela Polícia Civil, com análise de imagens externas e das câmeras corporais dos agentes envolvidos. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública reafirmou que não tolera desvios de conduta e assegurou que excessos serão penalizados de acordo com a lei.
Abordagem Violenta na Garagem da Família
O incidente começou com uma abordagem a Matheus Higino Lima Silva, de 18 anos, e seu pai, Juarez Higino Lima Junior, de 39 anos, enquanto estavam na calçada próximos à residência da família. Os policiais alegaram que a motocicleta da família estava com documentação atrasada e tentaram apreendê-la.
Os envolvidos reagiram e correram para dentro da garagem. Segundo o boletim de ocorrência, os policiais justificaram o uso da força e a entrada na casa sem mandado pela “caracterização do estado flagrancial”, após Matheus supostamente desacatar os agentes.
No entanto, os vídeos gravados mostram uma abordagem desproporcional. Um policial foi visto aplicando um golpe de mata-leão, proibido pela corporação desde 2020, enquanto outros agentes usaram cassetetes e força física contra os membros da família. A mãe de Juarez, Lenilda Messias Santos Lima, foi agredida, empurrada, e sofreu ferimentos no rosto.
Juarez relatou à imprensa que os policiais entraram na casa de forma violenta, utilizando pistolas com lasers apontados para os moradores e agindo com extrema agressividade. A família foi levada ao pronto-socorro devido aos ferimentos e, posteriormente, à delegacia. O caso foi registrado como desacato, resistência, lesão corporal e abuso de autoridade.
Impactos e Repercussão do Caso
A violência policial em Barueri ocorre em um contexto de crescente letalidade policial no estado de São Paulo. Dados recentes do Ministério Público mostram um aumento de 46% nas mortes cometidas por policiais militares no estado em 2024, em comparação ao ano anterior. O governador Tarcísio de Freitas, porém, defendeu a atuação do atual Secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, afirmando que as estatísticas demonstram avanços, sem especificar quais dados embasaram sua declaração.
O governador também destacou a importância do uso de câmeras corporais por agentes da segurança, um programa que ele pretende ampliar. Segundo ele, as câmeras têm se mostrado um instrumento eficaz tanto para a proteção da sociedade quanto dos policiais.
A Secretaria da Segurança Pública prometeu investigar o caso a fundo, reforçando que abusos não serão tolerados. Contudo, o episódio reflete uma questão mais ampla: a necessidade de um equilíbrio entre a manutenção da ordem pública e o respeito aos direitos fundamentais.
Casos como o de Barueri revelam a urgência de uma revisão nos protocolos de abordagem e na formação dos agentes de segurança. Embora a sociedade exija firmeza no combate ao crime, a violência desmedida mina a confiança pública e compromete a própria legitimidade das instituições. Este é um momento crucial para a reflexão e a implementação de soluções que promovam uma segurança mais eficaz e respeitosa.
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