O cenário político em São Paulo ganha novos contornos com a apresentação de um pedido de impeachment contra o Secretário de Segurança Pública do Estado, Guilherme Derrite. A medida foi protocolada nesta sexta-feira (6) na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) por um grupo de deputados liderados por Guilherme Cortez (Psol), com o apoio de outros 25 parlamentares de partidos alinhados à oposição.
Entre as principais acusações, estão a suposta omissão diante de casos de violência policial, a falta de avanço em medidas de controle, como as câmeras corporais, e o aumento expressivo de letalidade policial nos últimos anos. Segundo os denunciantes, a gestão de Derrite “normaliza condutas truculentas” e “instumentaliza a violência policial para fins eleitorais”.
A Alesp agora enfrenta o desafio de decidir se avança ou não com o pedido, que pode resultar na formação de um tribunal misto, presidido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, para julgar o caso. A decisão inicial cabe ao presidente da Alesp, André do Prado (PL).
A Política de Segurança em Debate
A gestão de Guilherme Derrite tem sido marcada por ações incisivas contra o crime, com êxitos notáveis na apreensão de entorpecentes e na redução de índices de homicídios dolosos. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) divulgou dados que reforçam a eficácia das políticas em curso, incluindo um prejuízo de mais de R$ 2 bilhões ao crime organizado em 2023 e o menor índice de roubos em 24 anos.
Apesar dos avanços, o aumento da letalidade policial tem gerado intensos debates. De acordo com o pedido de impeachment, o índice de mortes causadas por intervenção policial cresceu 46% entre 2023 e 2024, reflexo, segundo a oposição, de uma gestão que tolera excessos.
A SSP, em contrapartida, afirma que mais de 280 policiais foram demitidos ou expulsos desde 2023 por desvios de conduta. “A pasta reforça seu compromisso em não compactuar com profissionais que violam as regras institucionais”, diz trecho da nota oficial, destacando também a atuação das corregedorias para coibir abusos.
Impacto Político e as Próximas Etapas
O pedido de impeachment evidencia o embate entre grupos que defendem uma política de segurança pública rigorosa e aqueles que criticam supostos excessos. Para a oposição, liderada por partidos como PT, PSOL e PCdoB, a gestão Derrite não se alinha às expectativas de respeito aos direitos humanos e à probidade administrativa. Já os aliados do governo de Tarcísio de Freitas apontam os avanços na área como resultados concretos de uma gestão focada no combate ao crime.
O desfecho deste processo poderá ter repercussões profundas não apenas para a gestão estadual, mas também para o equilíbrio de forças políticas na Alesp. Guilherme Derrite tem o apoio de setores que valorizam uma postura firme no enfrentamento ao crime, mas enfrenta resistência de grupos que o acusam de negligência ou conivência com abusos.
Cabe ao presidente da Alesp decidir se aceita ou não o pedido, abrindo caminho para o julgamento do caso. Em um estado onde a segurança pública é tema central, o futuro de Derrite será observado de perto por todo o país. Enquanto isso, o debate entre rigor e excessos continua a dividir opiniões e a moldar os rumos da política paulista.
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