A crise na segurança pública em São Paulo levou o governador Tarcísio de Freitas a reavaliar suas posições sobre o uso de câmeras corporais em policiais. Depois de uma série de casos graves envolvendo abusos cometidos por membros da Polícia Militar, ele admitiu publicamente que estava equivocado ao criticar a adoção dessa tecnologia e anunciou planos de ampliação do programa.
Reconhecimento de Erros e Ajustes Necessários
Durante uma coletiva de imprensa após vistoriar obras do metrô, Tarcísio reconheceu sua postura equivocada sobre as câmeras corporais, admitindo que sua opinião inicial estava baseada em experiências não relacionadas à segurança pública. “Hoje estou convencido de que as câmeras são um instrumento essencial para proteger tanto a sociedade quanto os policiais. Vamos não apenas manter o programa, mas também ampliá-lo”, declarou o governador.
A declaração representa uma guinada significativa em relação às críticas que Tarcísio havia feito durante sua campanha eleitoral. O governador também afirmou que as novas câmeras contratadas, que permitem ser desligadas pelos próprios policiais, serão testadas antes de substituir os modelos atuais. Segundo ele, isso não comprometerá a fiscalização e a transparência.
A crise veio à tona após episódios como o caso de um homem jogado de uma ponte por um policial e a execução de um jovem com 11 tiros pelas costas por outro agente. Esses casos, amplamente divulgados, intensificaram o debate sobre os limites da atuação policial e a necessidade de maior controle. “Temos que dar um passo atrás, revisar as diretrizes e readequar o discurso para que fique claro: regras devem ser respeitadas. Segurança não é salvo-conduto para abusos”, enfatizou Tarcísio.
Perspectivas para a Segurança em SP
Apesar de reconhecer falhas, o governador descartou mudanças na liderança da Secretaria de Segurança Pública, comandada por Guilherme Derrite, conhecido por defender uma linha dura. Tarcísio afirmou que “em momentos de crise, não se deve mudar o comando”, destacando a necessidade de estabilidade para implementar as reformas necessárias.
A gestão tem enfrentado críticas sobre o discurso de “segurança jurídica”, que estaria sendo interpretado por alguns policiais como permissão para excessos. “Isso não será tolerado. Abusos mancham a instituição e colocam em risco a confiança da população”, afirmou o governador.
A iniciativa de ampliar o uso de câmeras corporais foi elogiada por especialistas em segurança, que veem a medida como essencial para monitorar e disciplinar a atuação policial, garantindo maior transparência e prevenção de abusos. O sucesso do programa dependerá, no entanto, de sua implementação rigorosa e da manutenção de modelos que garantam gravação ininterrupta, eliminando brechas para manipulações.
Um Caminho de Reconstrução
O recuo de Tarcísio marca uma oportunidade para reconstruir a confiança na segurança pública paulista. Ao admitir erros e se comprometer com ajustes, ele demonstra que está disposto a enfrentar os desafios e adaptar sua gestão às demandas da sociedade.
A segurança é um pilar essencial para o bem-estar coletivo, e medidas como o uso de câmeras corporais podem ser decisivas para garantir uma atuação policial eficiente e respeitosa. A expectativa é que o governo consiga equilibrar firmeza contra o crime com o compromisso de resguardar direitos, promovendo uma segurança pública que inspire confiança e integridade.
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