Os recentes conflitos entre facções criminosas em Santa Catarina, caracterizados por incêndios, barricadas e mortes, revelaram a crescente violência na guerra entre o Primeiro Grupo Catarinense (PGC) e o Primeiro Comando da Capital (PCC). A disputa territorial entre essas duas grandes organizações criminosas, ambas com grande influência no tráfico de drogas e outras atividades ilícitas, tem gerado caos na região de Florianópolis e em cidades vizinhas, ameaçando a segurança e a ordem pública.
O que é o PGC?
Fundado no sistema penitenciário de Santa Catarina, o PGC surgiu como uma resposta ao avanço do PCC, que tentou expandir sua presença no estado. Embora local, a facção se consolidou rapidamente, se tornando uma das principais potências criminosas do sul do Brasil. Seu principal objetivo é o controle do tráfico de drogas, além de outras atividades ilícitas como assaltos, homicídios e extorsões.
Com uma estrutura hierárquica rígida e disciplinada, o PGC mantém o controle sobre suas operações, tanto dentro quanto fora dos presídios. Mesmo com a prisão de alguns de seus líderes, a facção consegue continuar suas atividades criminosas, utilizando ordens emitidas de dentro dos estabelecimentos prisionais para garantir a execução de suas ações. Aliado a outras facções como o Comando Vermelho (CV) e a Família do Norte (FDN), o PGC expandiu suas operações para além dos limites de Santa Catarina, criando uma rede criminosa que afeta a segurança de diversas regiões.
A guerra com o PCC
A rivalidade entre o PGC e o PCC começou quando a facção paulista tentou dominar o tráfico de drogas em Santa Catarina, o que provocou a reação imediata do PGC. Desde então, o estado vive uma guerra sangrenta pelo controle de territórios, com as duas facções disputando não apenas rotas de tráfico, mas também a influência no sistema penitenciário catarinense.
Apesar das tentativas de expansão do PCC, o PGC conseguiu resistir de maneira violenta, utilizando métodos brutais e executando ações para manter seu domínio. O confronto resultou em uma escalada de tiroteios e ataques, afetando diretamente a segurança nas regiões em disputa, especialmente na grande Florianópolis, onde os embates se intensificaram nas últimas semanas.
Métodos brutais de controle e disciplina
O PGC é conhecido por seus métodos violentos de controle, tanto dentro quanto fora dos presídios. De acordo com estudos da Unisul, a facção recorre a execuções sumárias, sequestros de familiares de membros endividados e a imposição de “missões” criminosas, como assassinatos. Essas ações são uma forma de disciplinar seus membros, punindo infrações internas ou inadimplências nas ordens estabelecidas pela facção. Os membros que não cumprem com as ordens ou falham em pagar dívidas podem ser forçados a cometer crimes ou enfrentar a execução.
Além disso, o PGC mantém uma rede de corrupção no sistema penitenciário, onde manipula e corrompe funcionários públicos para garantir o fluxo de drogas e armas nas penitenciárias. O controle das prisões é uma das principais fontes de poder da facção, que consegue manter suas operações mesmo com as autoridades tentando desarticular suas atividades.
Respostas da facção e das autoridades
Em resposta a operações policiais e tentativas de desmantelar suas atividades, o PGC tem coordenado ataques incendiários e bloqueios nas estradas, como os registrados em setembro de 2024, em Florianópolis e em cidades vizinhas. Esses ataques têm como objetivo desviar a atenção das forças de segurança, demonstrar poder e reafirmar sua presença no estado. As autoridades de Santa Catarina, no entanto, intensificaram suas operações de combate à facção, com ações conjuntas entre a Polícia Civil, Militar e o Ministério Público, visando desmantelar os núcleos de comando do PGC e enfraquecer suas bases operacionais.
Embora o governo de Santa Catarina tenha garantido que não cederá às pressões das facções criminosas, os confrontos continuam a representar uma grave ameaça à paz e à ordem pública no estado. O aumento das atividades violentas, como os ataques coordenados pelo PGC, exige um esforço contínuo das forças de segurança para combater a expansão da facção e o poder crescente do PCC na região.
Em um cenário de crescente violência e rivalidade, as autoridades continuam a enfrentar desafios na luta contra o tráfico de drogas e as organizações criminosas, com uma guerra pelo controle de territórios que parece longe de ser resolvida. O impacto dessas facções, não apenas em Santa Catarina, mas também em outras regiões, evidencia a necessidade de medidas mais eficazes para desmantelar essas organizações e restaurar a segurança nas comunidades afetadas.
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