Queda de ponte no Rio Tocantins: 76 toneladas de ácido sulfúrico vazam e cidades suspendem captação de água

O desabamento parcial da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na BR-226, que conecta Aguiarnópolis (TO) a Estreito (MA), no último domingo (22), gerou uma crise ambiental grave. O acidente derrubou dez veículos, incluindo três caminhões carregados com 22 mil litros de defensivos agrícolas e 76 toneladas de ácido sulfúrico, produto altamente corrosivo, diretamente no Rio Tocantins.

Vítimas e busca por desaparecidos

O desabamento, que afetou uma estrutura de 533 metros de comprimento, causou a morte de duas pessoas, e outras 15 continuam desaparecidas. Equipes de resgate, incluindo 11 mergulhadores, trabalham incessantemente na localização das vítimas.

Impacto ambiental e suspensão de captação de água

A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) alertou para o risco de contaminação da água potável na região. Como medida preventiva, o governo do Maranhão orientou a suspensão imediata da captação de água em cidades localizadas a jusante do desabamento até que análises confirmem a segurança para consumo.

A coleta de amostras de água está sendo realizada em cinco pontos estratégicos, desde a barragem da usina hidrelétrica de Estreito até Imperatriz (MA). A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), referência nacional em qualidade de água, foi acionada para reforçar os testes e avaliações.

Municípios afetados

Ao todo, 19 municípios podem ser impactados pela contaminação:

• Tocantins: Aguiarnópolis, Carrasco Bonito, Itaguatins, Maurilândia do Tocantins, Praia Norte, Sampaio, São Miguel do Tocantins, São Sebastião do Tocantins e Tocantinópolis.
• Maranhão: Campestre do Maranhão, Estreito, Governador Edison Lobão, Imperatriz, Porto Franco, Ribamar Fiquene, São Pedro da Água Branca, Vila Nova dos Martírios e Cidelândia.

Próximos passos

Autoridades seguem investigando as causas do desabamento, enquanto especialistas avaliam os danos ambientais e estruturais. A prioridade é garantir a segurança da população, mitigar os impactos da contaminação química e apurar responsabilidades.

O incidente ressalta a necessidade de manutenção rigorosa em infraestruturas críticas como pontes, especialmente aquelas situadas sobre cursos d’água estratégicos.