Chacinas no Rio: 43 mortos em 12 chacinas onde médicos foram mortos

Em 2023, a zona oeste do Rio de Janeiro já contabilizou 12 chacinas, incluindo o recente assassinato de três médicos em um quiosque na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, segundo dados do Instituto Fogo Cruzado. Estes incidentes resultaram em 43 mortes, representando um terço das 37 chacinas ocorridas no Rio de Janeiro este ano, que totalizam 141 vítimas.

Entre os casos na zona oeste, sete estão associados a operações policiais. A morte dos médicos, que inclui Diego Ralf Bomfim, irmão da deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), ocorreu em uma situação não ligada a operações policiais. As vítimas estavam na cidade para um congresso de cirurgia ortopédica.

A Polícia Federal foi encarregada da investigação do caso, a pedido do Ministério da Justiça. Sâmia Bomfim e outros membros do PSOL, incluindo Glauber Braga, exigiram uma investigação profunda. O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) também pediu rigor nas investigações.

O Fogo Cruzado, originalmente um aplicativo da Anistia Internacional lançado em 2016, evoluiu para uma plataforma independente em 2018, ampliando seu alcance para as regiões metropolitanas de Recife e Salvador. O instituto mapeia chacinas como eventos com três ou mais mortes civis, independente da motivação.

O termo “chacina” tem origens diversas e é usado para descrever múltiplos homicídios. Alguns especialistas definem chacinas como atos envolvendo vítimas vulneráveis.

O uso do termo aumentou na década de 1990 com vários casos notórios no Rio, como as execuções na Igreja da Candelária, na favela de Vigário Geral e no Complexo do Alemão. Chacinas em outros estados, como no Carandiru e Eldorado dos Carajás, também marcaram essa época.

Recentemente, há um crescimento de chacinas ligadas a operações policiais no Rio, com destaque para a incursão no Jacarezinho em 2021, a mais letal na história da cidade. Em 2023, quase 60% das chacinas registradas ocorreram durante ações policiais.